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BPC para Autismo Moderado ou Severo: Existe Diferença na Análise do INSS?

Quando uma criança ou adulto é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), surgem muitas dúvidas sobre os direitos garantidos por lei. Uma das principais é: o BPC LOAS pode ser concedido para pessoas com autismo? E o grau — moderado ou severo — influencia na decisão do INSS?

Neste artigo, você vai entender como o INSS analisa os pedidos de Benefício de Prestação Continuada (BPC) para autistas, quais são os critérios utilizados e como o grau do TEA pode afetar a concessão do benefício.


O que é o BPC LOAS e quem tem direito?

O BPC LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) é um benefício assistencial garantido pelo Governo Federal para pessoas que:

  • São idosas com 65 anos ou mais, ou
  • Possuem deficiência de longo prazo que as impeça de participar plenamente da sociedade.

Além disso, é necessário comprovar vulnerabilidade social, ou seja, renda familiar inferior a 1/4 do salário mínimo por pessoa.

Importante: o BPC não exige contribuição ao INSS, mas também não paga 13º nem deixa pensão por morte.


O autismo dá direito ao BPC LOAS?

Sim. O Transtorno do Espectro Autista é reconhecido como uma deficiência para fins legais, desde que haja comprometimento funcional e necessidade de apoio contínuo, mesmo que não haja deficiência intelectual associada.

Autismo leve, moderado e severo: entenda as classificações

O autismo é classificado em níveis conforme a intensidade de suporte necessário:

  • Nível 1 (leve): precisa de pouco apoio para interação social e organização.
  • Nível 2 (moderado): precisa de apoio substancial e apresenta maior dificuldade de comunicação.
  • Nível 3 (severo): precisa de apoio muito substancial, com dependência intensa e dificuldades severas.

Existe diferença no processo de análise do INSS para autismo moderado ou severo?

Sim, mas não de forma oficial. A lei não exige um grau mínimo do autismo para concessão. No entanto, na prática, o grau influencia a forma como o INSS e os peritos avaliam o impacto funcional do transtorno.

Critérios de avaliação do INSS para autistas

Ao analisar um pedido de BPC por autismo, o INSS realiza duas avaliações:

  1. Perícia médica: para verificar se há deficiência de longo prazo.
  2. Avaliação social: para confirmar a situação de vulnerabilidade econômica.

O grau de autismo pode impactar a avaliação médica, especialmente quando há:

  • Ausência de linguagem verbal
  • Déficits motores ou sensoriais graves
  • Necessidade de cuidados permanentes
  • Dificuldade severa de adaptação social e autonomia

Impacto da gravidade do autismo na concessão do benefício

Na prática, autistas com nível 2 (moderado) ou nível 3 (severo) têm maiores chances de aprovação, pois o comprometimento costuma ser mais evidente nas perícias.

Já o autismo leve pode gerar indeferimentos, especialmente se a criança estuda em escola regular, realiza tarefas diárias com pouca ajuda ou apresenta boa comunicação verbal.


Documentação essencial para solicitar o BPC por autismo

Para aumentar as chances de aprovação do benefício, é fundamental apresentar documentos que comprovem o diagnóstico, a funcionalidade reduzida e a situação social da família.

Laudos médicos e relatórios multiprofissionais

  • Laudo com CID (geralmente F84.0 ou F84.5)
  • Relatório multiprofissional com descrição funcional
  • Parecer de terapeutas, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos
  • Relatórios escolares, se aplicável

CadÚnico atualizado: obrigatoriedade e impacto

Estar com o Cadastro Único atualizado é pré-requisito. Nele deve constar a composição familiar, renda, escolaridade, condições de moradia e existência de pessoas com deficiência.


Casos reais: quando o BPC é concedido para autismo moderado ou severo

Exemplo 1: João, 6 anos, com autismo severo, não fala, faz uso de fraldas e depende da mãe para todas as atividades. Benefício concedido sem judicialização.

Exemplo 2: Lucas, 10 anos, com autismo moderado, frequenta escola especial, usa medicação contínua e recebe acompanhamento psicológico. Benefício concedido após recurso com relatório multiprofissional detalhado.


O que fazer se o BPC for negado mesmo com autismo severo?

Se o BPC for negado, mesmo com evidências fortes, é possível:

  • Entrar com recurso administrativo no próprio INSS
  • Ajuizar uma ação judicial com base nos laudos e na legislação

Dica: contar com apoio jurídico especializado pode ser decisivo.


Conclusão: o grau do autismo realmente interfere na concessão do BPC?

Sim. Embora a lei não exija um grau específico, o autismo moderado e severo costuma ser mais facilmente reconhecido como deficiência que gera impedimentos funcionais — um dos requisitos do BPC.

Por isso, documentar detalhadamente a condição e os desafios enfrentados pela pessoa com TEA é essencial para uma análise justa.


Perguntas frequentes sobre o BPC LOAS para autismo em 2025

1. Crianças com autismo leve têm direito ao BPC?
Possuem direito, mas devem comprovar que a condição interfere significativamente na vida cotidiana.

2. O BPC pode ser cortado após ser aprovado?
Sim, principalmente se o CadÚnico estiver desatualizado ou a família ultrapassar o limite de renda.

3. Quem tem BPC pode trabalhar?
Não. Se a pessoa com deficiência começar a trabalhar, o benefício será suspenso. Nesse caso, pode-se analisar o auxílio-inclusão.


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Dr. Renan Pereira Braga
Dr. Renan Pereira Braga

Advogado – Formado pela PUCPR e Especialista em Direito Previdenciário pela Escola de Magistratura do Paraná – Fundador e CEO do Pereira Braga Advogados – Com atuação em todos os Estados do Brasil.

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